sexta-feira, 28 de agosto de 2009

E é sexta feira

Pois é... chegou a sexta.

Aquela euforia pelo final de semana...

Aquela melancolia... aquela obrigação de ser feliz, de aproveitar o tempo da melhor forma...

Chegou sexta feira...

Então...

Sejamos felizes!!

Ótimo final de semana!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Inclusão social... quem sabe o que é?

Quando trabalhei no serviço público municipal, prestei serviços na área de projetos culturais e certa vez nos surgiu a necessidade de desenvolver um projeto junto à unidade da Fundação Casa do Município.

Todos estávamos prontamente dispostos a elaborar tal projeto, e a sugestão seria uma Oficina para discutir as novas regras ortográficas.

Sempre trabalhamos com parcerias e houve uma reunião com membros de uma associação a qual expusemos nosso interesse em contratá-los para elaborar essa oficina, porém, não sei se eles mais que eu ou, eu mais que eles, apresentaram-se arredios à proposta.

A primeira exclamação foi a de que os internos da Fundação mal sabiam ler, e que seria desperdício uma oficina complexa naquele lugar.

Depois de muito conversar decidiram que fariam uma oficina de poesia livre e outra de crônica, pois julgavam que para os dois estilos não seria necessário explicar aos internos a métrica, separação de sílabas poéticas.

Um silencio sepulcral se fez na sala quando foi-se escolher quem seriam os oficineiros. Um olhando para o outro, completamente constrangidos, e ao final a exclamação de uma das presentes “por que todos olham para mim?”.

Tudo ‘resolvido’, a reunião seguiu por outros assuntos de pauta.

Ao final precisei acertar valores, datas e metodologias a serem aplicadas para as oficinas, pois há um tramite para se realizar atividades na Fundação. Pensando eu que seriam dois dias de oficina, um para cada estilo literário, vou sugerir valores e datas, ao passo que novamente me surpreendo com exclamações de “apenas um dia, mais que isso fica cansativo, e apenas 1 hora para cada estilo” e ainda “fecha esse valor mesmo, a diferença paga a gasolina para chegar naquele fim de mundo”.

Bem caros leitores, vocês devem estar se perguntando o porquê de todo o meu espanto, e eu já explico.


Minha intenção nesse texto não é discutir o sistema carcerário brasileiro, ou a metodologia aplicada pela Fundação Casa na recuperação dos menores, nem tão pouco defender aqueles que cometeram delitos, muito embora a defesa seja um direito Constitucional.

Minha indignação é dirigida aos educadores, ou pseudoeducadores, que claramente e sem pudor distinguem os educandos por classe social, cor de pele, situação de risco a que estão expostos, dão preferência a este ou aquele grupo. “Ah, para alunos de escolas particulares vale a pena ministrar aulas das novas regras ortográficas, mas para internos da Fundação Casa...”

São, no popular, “dois pesos e duas medidas”.

Qual a recuperação que podemos esperar de adolescentes que sequer são considerados capazes de entender métrica?

Façamos uma análise imparcial, sem questionar qual tipo de atrocidades possam esses ter cometido. Como esperar destes que acreditem em si, que saiam de cabeça erguida da ressocialização para a sociedade, como esperar que creiam nessa sociedade que mesmo quando ainda estavam em recuperação os discriminavam?

A inclusão social deve estar nas mais variadas camadas da sociedade, inclusive e principalmente em centros de resssocialização.

Uma entidade como a Fundação Casa não precisa de pessoal trabalhando apenas para cumprir um papel na sociedade. Essa entidades precisam de pessoas comprometidas com o trabalho de formação de cidadãos.

A discriminação gera revolta, violência, e esses não fatores promotores de recuperação.

Conversei com vários professores da Fundação, e é unânime entre eles que para realizar qualquer tipo de atividade lá, é necessário doação. Os internos sentem quem esta lá por amor e quem está lá por conveniência.

Agora saindo um pouco do foco da Fundação, pensando macro, pensando em sociedade, pensando na inclusão social. O que cada um de nós faz para que seja realidade? Quantos preconceitos e quantos esterótipos formamos antes de sairmos de casa? Por que tanta surpresa quando vemos um menor em situação de risco trabalhando dignamente? Qual a nossa função, o nosso papel nessa sociedade e que parte nos cabe nessa jornada pela inclusão? E principalmente, por que tantos de nós não assume qualquer responsabilidade?

Por que é mais fácil criticarmos governos, ONGs e associações comprometidas com a inclusão. É mais fácil chamá-los de incompetentes. Porque é mais fácil deixarmos para amanha, para depois, para outro fazer.

Como é fácil criticar o governo Lula que busca dar inclusão e dignidade através do Bolsa Família, ProUni, e outros programas. Mas como é difícil “apadrinhar” uma criança. Como é difícil dedicar um tempinho à um orfanato, ou à um asilo.

A maior parte de nós busca o “caminho mais fácil”, a crítica vazia e sem fundamentação! Ou ainda pior! Simplesmente fingir que o problema não existe, e que se existe, ele não é nosso!!

Procuro me incluir sempre em tudo o que escrevo porque não sou perfeita, também deixo algumas coisas pra depois, pra outro fazer, mas tenho consciência plena de que se quero uma cidade, um país, um mundo melhor, tenho que me movimentar, me comprometer, através de ações, como esses chamamentos que proponho nesse blog.

Através de discussões, de debates, de opiniões divergentes, de novas idéias, de contato físico e humano.

Tem muita gente por ai. E essa gente também é ser humano! Independente da marca que traga nos pés, dos erros que tenha cometido, ou das cicatrizes que traga na alma.

Reforço o que disse no inicio desse texto, não estou aqui para acusar ou defender esse ou aquele. A proposta desse debate é para que adotemos ações capazes de transformar situações de risco em sucesso e para isso é necessário que nos comprometamos com nosso trabalho, com nossas propostas e nossos ideais.

Penso que assim teremos, num futuro não muito distante, igualdade social, de oportunidades e responsabilidades.

As palavras de ordem são: comprometimento, responsabilidade e amor!!

Chega de gente vazia!!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009


Eu e os trinta

Quando me vejo tão perto dos trinta não resisto a tentação de analisar esses meus vinte e poucos anos.

Parece presunção, achar que vivi tanto a ponto de poder um dia parar e refletir as experiências, mas a chegada dos trinta me deixa nervosa, com a sensação de tempo perdido, e tempo perdido nunca mais é encontrado.

Olho no espelho a procura de rugas e cabelos brancos. Me olho nos olhos e procuro descobrir quem sou, o que faço nesse “mundão de meu Deus”.

Procuro por respostas, mas principalmente por perguntas, afinal o que nos move senão a curiosidade em saber “no que vai dar”.

A sombra dos trinta me faz analisar o rumo que dei a minha vida durante a juventude. Fase em que não sabemos de absolutamente nada, mas é exatamente quando tomamos nossas mais importantes decisões: escolha da profissão, encontrar o grande amor, ter filhos, mudar de emprego, cortar o cabelo, descobrir-se gay. A maior parte das descobertas acontecem entre os 16 e os 30 anos. Penso “Ainda estou nessa fase. Que alivio!!”

E observando bem, uma palavra para definir minhas escolhas é segurança! Sempre fiz tudo com muita segurança. E um pouco de ousadia, que não faz mal a ninguém!

E o tempo passa!!

E eu penso “quantas noites sem dormir pensado e confabulando com minha super fértil imaginação!! “

E o tempo passa!!

Com os trinta a minha espreita passei a observar mais as outras pessoas, como elas encaram as próprias vidas e as escolhas que fizeram delas quem hoje são. E já tenho um veredicto: a maior parte delas não sabe como foi parar onde estão. Não sabem dizer em que ponto da vida resolveram se casar, mudar de casa, ou fazer uma viagem.

E por que? Sempre a mesma e velha desculpa, falta de tempo!

Já dizia Einstein “Falta de tempo é o argumento dos incompetentes”.

Vivemos em um mundo tão caótico, que nos exige tantos cumprimentos de prazos, horários rígidos de trabalho e pouco tempo para o almoço, transito, as gripes que nos assustam, nos distanciam ainda mais das pessoas, o relógio a nos espreitar e o tempo que parece nos dizer “estou passando! Você não vai fazer nada?”

E o tempo passa!!

O relógio que deveria ser mais um daqueles objetos que nos auxiliam, nos escravisou! Assim como o telefone celular. Cansei de ouvir dos adolescentes que freqüentam minha casa “morreria se perdesse meu celular”.

E o tempo passa!! E as pessoas não percebem que mais importante que as coisas são as pessoas! Mais importante que o tempo e que o relógio que o mede, é o que fazemos com ele.

Me olho novamente no espelho, os trinta me parecem a chegada definitiva da fase adulta! Um basta nas incertezas e irresponsabilidades juventude. Cada ruga (que ainda não tenho) são um parecer de uma atitude.

Me olho novamente no espelho e, de repente... gosto do que vejo! Então esqueço os trinta e vivo o que resta dos vinte!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O meu melhor

Estive pensando em como podemos ajudar a modificar o meio em que vivemos, e tenho acompanhado o trabalho de algumas ONGs e Associações, além disso, trabalho no serviço público, então minha visão é bastante diversificada.

No serviço publico trabalhamos sempre com Políticas Públicas. Nome bonito, quando efetivamente se é executada, sem sentido algum quando não é sequer discutida.

É recorrente ouvir das pessoas envolvidas tanto nas organizações, associações, e outras, quanto dos próprios funcionários públicos que “eu faço o meu melhor”. Quando ouço isso, me pergunto “E...?” E o que mais?Nossa visão de “meu melhor” é bastante subjetiva. Estudos comprovam que quando você pensa estar esgotado, ainda pode agüentar mais 40%, ou seja, quando achamos que estamos fazendo nosso melhor ainda podemos quase a metade de mais esforços. E se alcançarmos esse limite, sempre há a possibilidade de agüentar mais 40%. Se a conta for essa, nossas forças serão sempre intermináveis. E se assim for, o limite somos nós mesmos que impomos de acordo com nossas conveniências e ocupações. E se assim for, nunca estamos dando o melhor de nós mesmos, pois esse doar é infinito.

E não falo somente em doação para sociedade... Falo de uma doação de nós para nossas próprias vidas. Somos acostumados a imaginar o que é melhor para vida de cada um que nos cerca, com aquela velha idéia de que “quem vê de fora vê melhor” e por diversas vezes esquecemos de olhar para dentro de nós mesmos, de enxergar o que realmente queremos, se é que isso é possível, pois mudamos a todo instante de opinião. Resumindo, esquecemos de cuidar de nossas próprias vidas.Palavras doces, sorrisos amigáveis e cumprimento de horários não pode ser o melhor que tenho a oferecer... Uma consulta ou outra no escritório de graça, uma ou outra ação defendida sem cobrança de honorários não pode ser o meu melhor! A menos que eu seja tão pequena a ponto de me conformar que seja a única forma que posso contribuir. E eu sei, eu posso sempre mais. Não consigo compreender como é que as pessoas se conformam com pequenas doações, com um pequeno conhecimento, com uma pequena evolução da própria alma.

Como se conformar com as restrições que impomos a nós mesmos?Nosso melhor não é suficiente!!

Ninguém deve se acostumar com a idéia ilusória de que, de repente, Deus espera que façamos somente o nosso melhor! Espera isso sim, também, é claro. Mas estamos nessa vida para sermos sempre mais, para superarmos nossos próprios limites, pra unirmos forças e fazermos enfim o melhor para todos. Sou da política de Fernando Anitelli “Não acomodar com o que incomoda.”.

O que fazer? Começar pela parte que nos cabe, mas esse é um final muito pequeno, um caminho muito estreito. O mundo é grande demais para querer fazer o que tem que ser feito apenas aos próximos que estão próximos de mim. Desejo que meu melhor possa sempre ser aumentado, expandido, amplificado. Porque fazer só o meu melhor é esperar muito pouco da humanidade... e de mim também!

Mar/2009