sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O meu melhor

Estive pensando em como podemos ajudar a modificar o meio em que vivemos, e tenho acompanhado o trabalho de algumas ONGs e Associações, além disso, trabalho no serviço público, então minha visão é bastante diversificada.

No serviço publico trabalhamos sempre com Políticas Públicas. Nome bonito, quando efetivamente se é executada, sem sentido algum quando não é sequer discutida.

É recorrente ouvir das pessoas envolvidas tanto nas organizações, associações, e outras, quanto dos próprios funcionários públicos que “eu faço o meu melhor”. Quando ouço isso, me pergunto “E...?” E o que mais?Nossa visão de “meu melhor” é bastante subjetiva. Estudos comprovam que quando você pensa estar esgotado, ainda pode agüentar mais 40%, ou seja, quando achamos que estamos fazendo nosso melhor ainda podemos quase a metade de mais esforços. E se alcançarmos esse limite, sempre há a possibilidade de agüentar mais 40%. Se a conta for essa, nossas forças serão sempre intermináveis. E se assim for, o limite somos nós mesmos que impomos de acordo com nossas conveniências e ocupações. E se assim for, nunca estamos dando o melhor de nós mesmos, pois esse doar é infinito.

E não falo somente em doação para sociedade... Falo de uma doação de nós para nossas próprias vidas. Somos acostumados a imaginar o que é melhor para vida de cada um que nos cerca, com aquela velha idéia de que “quem vê de fora vê melhor” e por diversas vezes esquecemos de olhar para dentro de nós mesmos, de enxergar o que realmente queremos, se é que isso é possível, pois mudamos a todo instante de opinião. Resumindo, esquecemos de cuidar de nossas próprias vidas.Palavras doces, sorrisos amigáveis e cumprimento de horários não pode ser o melhor que tenho a oferecer... Uma consulta ou outra no escritório de graça, uma ou outra ação defendida sem cobrança de honorários não pode ser o meu melhor! A menos que eu seja tão pequena a ponto de me conformar que seja a única forma que posso contribuir. E eu sei, eu posso sempre mais. Não consigo compreender como é que as pessoas se conformam com pequenas doações, com um pequeno conhecimento, com uma pequena evolução da própria alma.

Como se conformar com as restrições que impomos a nós mesmos?Nosso melhor não é suficiente!!

Ninguém deve se acostumar com a idéia ilusória de que, de repente, Deus espera que façamos somente o nosso melhor! Espera isso sim, também, é claro. Mas estamos nessa vida para sermos sempre mais, para superarmos nossos próprios limites, pra unirmos forças e fazermos enfim o melhor para todos. Sou da política de Fernando Anitelli “Não acomodar com o que incomoda.”.

O que fazer? Começar pela parte que nos cabe, mas esse é um final muito pequeno, um caminho muito estreito. O mundo é grande demais para querer fazer o que tem que ser feito apenas aos próximos que estão próximos de mim. Desejo que meu melhor possa sempre ser aumentado, expandido, amplificado. Porque fazer só o meu melhor é esperar muito pouco da humanidade... e de mim também!

Mar/2009

2 comentários:

  1. Fico feliz em vê-la dividindo com outras pessoas as suas opiniões. Parabéns. Alessandro Sabella

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  2. "Viver é criar e inventar a própria vida" - vejo que você faz isso muito bem e fico feliz em poder de alguma forma fazer parte de tudo isso, com alguém que é apaixonada pela vida.
    Vejo em suas palavras e ações muitos dos meus próprios sonhos e desejos um "mundo" mais bacana que começa em nós.
    Fazer o nosso melhor talvez não seja o bastante, mas vejo como um começo se esse "melhor" for sincero e verdadeiro - Algo como faço para o outro como se fosse para mim mesmo...
    Um beijo carinhoso

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