"Quanto tempo se passou e quanta falta eu sinto de vocês." Esse foi seu primeiro pensamento naquele dia.
Estivera revendo na noite anterior fotos antigas e a saudade lhe apertava o peito... Fotos da escola e da faculdade, hoje somente lembranças de um passado adorável.
Não se arrependia de nada! Talves de uma resposta não dada, de uma mágoa guardada, de uma nota baixa, de não ter ousado mais... Mas como sentia falta daquelas pessoas... tantos anos juntos e agora, cada um para o seu lado, casando, tendo filhos, descasando.
Como tinha que trabalhar, decidiu pensar sobre elas no caminho. Como sempre estava atrasada.
Pensando sentada no bando do ônibus, as imagens passando rápidas pela janela, sentiu que estava exatamente onde queria estar, onde planejara estar.
O caminho do trabalho sempre lhe fazia pensar, lembrar... talves porque fosse muito tempo perido no trânsito. Da proxima vez traria um livro. Um daqueles que sempre deixava de ler no meio por falta de tempo.
Ah... quanta saudades das amigas... foi longe em suas lembranças. Procurou a 1ª amiga que podia lembrar: Ana Rita. Uma menina ruiva e de sardinhas, muito branca e delicada. Lembra dessa que conheceu aos 5 anos!! Depois Juliana. Morena, parecia com ela mesma, se não pela personalidade. Com essa teve contato dos 5 aos 13. O que seria ela hoje? Sabia que tinha um filho, mas não sabia mais nada.
Depois muitas pessoas lhe passaram pela mente. As professoras, as brincadeiras de roda, de corda, papéis de carta. Quantas coisas para se lembrar!
A escola lhe trouxera muitos amigos. Não tantos quanto gostaria porque não era muito sociável. Passava muitas vezes os recreios na biblioteca, lendo!
Ai vem a adolescencia e as melhores amigas do mundo. Aquelas que a gente não vê por meses e quando estão juntas, parece que se viram ontem. Saudades dessas ai tambem. Queria muito te-las visto ontem!
Um olhar mais atento e percebeu que passara de seu ponto de descer. Teria que caminhar duas quadras até o prédio que trabalhava. Mas, pela primeira vez na semana, não chovia e ela não se incomodou de caminhar.
Enquanto caminhava ia olhando as pessoas na rua, observando os prédios, ia se lembrando de pessoas, de momentos, de conversas... Se deparou com decorações natalinas nas lojas e nas casas e pensou no presente que gostaria de ganhar. Queria independência. Chegando à porta do edifício em que trabalhava, pensou no que gostaria de dar. Antes de entrar deu mais uma espiada para o mundo real que ficaria lá fora pelas próximas 8 horas, e pensou "Aos meus amigos, meu coração", e entrou, tinha relatórios, telefonemas, chefes... o de sempre.
Às vezes eu também me pego pensando nesses que nunca mais vi, e que tanto amei. Penso nos de agora, e que mais frente, pensarei neles como penso nos antigos. Sinto falta dos que ainda não foram e tristeza pelos que seguiram rumos diferentes, não tristeza por eles, mas pela falta que eles fazem.
ResponderExcluirAmo seus textos, Luiza *-*
faceneutra.blogspot.com
.. linda .. romantica e acima de tudo inteligente .. te amo amiga!
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